O PROJETO LANDSAT
Projeto
norte-americano que consiste no lançamento de satélites civis destinados à
observação dos recursos naturais da Terra a partir do espaço (deteção remota). O projeto é
simultaneamente coordenado pela NASA e pela USGS (United States Geological
Survey).
O
primeiro satélite, lançado em 23.07.1972, marcou uma reviravolta nas aplicações
espaciais. Com efeito, era inteiramente destinado à observação da Terra, a
partir do espaço. Inicialmente, a observação espacial da Terra para fins civis,
além do domínio muito particular da meteorologia, tinha sido testada a partir
de alguns veículos espaciais em órbitas circunterrestres.
O
interesse pelas fotografias espaciais tinha sido claramente estabelecido para
numerosas aplicações: cartografia, delimitação dos territórios, classificação
dos terrenos e das vegetações, evolução das culturas e das florestas, geologia,
hidrologia, oceanografia, etc. Em particular, tinha-se concluído ser bastante
interessante a técnica conhecida por “fotografia multibanda”, que consiste em
obter simultaneamente uma fotografia da mesma região em diversos comprimentos
de onda, sendo escolhido cada um deles para fazer ressaltar determinados
elementos presentes.
Com
uma massa da ordem de 1 tonelada, o Landsat 1(L.1) gravitava a cerca de 900 km
de altitude, numa órbita quase polar, com 99º de inclinação em relação ao
equador e ajustada para ser heliossíncrona, isto é, conservando a mesma
orientação em relação à direção Terra-Sol. No decorrer do seu movimento, o
Landsat 1 fotografava ao longo da sua trajetória uma faixa de terreno com 185
km de largura, o que lhe permitia fotografar a totalidade da superfície da
Terra de 18 em 18 dias.
O L.1
funcionou durante 8anos, apesar de o seu trabalho já estar assegurado pelo L.2,
lançado em 22.01.1975. O L. 3 foi lançado em 5.03.1978, o L.4, em 16.07. 1982,
o L.5, 1.03.1984 e o L.7, em 15.04.1999. O L.6, lançado em 5.10.1993, falhou a
sua órbita. Embora o princípio básico tenha sido sempre o mesmo, ao longo dos
anos foi-se tornando mais sofisticado o equipamento transportado e aumentada a
sua duração de vida. Atualmente, encontram-se em atividade os L.5 e L.7. A
resolução das imagens obtidas é da ordem dos 15 metros em modo pancromático.
Na
sequência da grande quantidade de veículos espaciais lançados para o espaço,
existe uma grande quantidade de lixo espacial a flutuar no espaço. Estima-se em
mais de meio milhão o número de pedaços a orbitar em torno da Terra, o que
constitui um sério perigo para as missões operacionais. Os organismos
coordenadores mantêm um sistema de vigilância constante para evitar que estes
detritos possam colidir com os outros satélites.
Ao
longo dos anos, os cientistas que trabalham neste projeto conseguiram registar
imagens de grande beleza. Ao comemorar os 40 anos de atividade, decidiram
eleger 5 imagens que, em seu entender, podem ser consideradas as melhores. Com
os nossos agradecimentos, apresentamo-las em seguida, acompanhadas dum pequeno
comentário.
1.º lugar - A fotografia
mais bela, no entender dos cientistas da NASA, lembra a pintura “A Noite
Estrelada”, de Van Gogh. O efeito é provocado pela grande quantidade de
fitoplâncton verde, em torno da ilha de Gotland, no Mar Báltico.
2.º lugar ‒ A imagem mostra o intrincado delta do rio Yukon, no
Alaca. Os percursos sinuosos dos braços do rio lembram os vasos sanguíneos em
torno dum órgão.
3.º lugar ‒ Imagem caprichosa do rio Mississipi, com as cidades
situadas nas proximidades do seu leito e respetivos terrenos.
4.º
lugar ‒ Imagem dos movimentos das dunas no deserto do Saara na Argélia, e que
se estendem na região Erg Iguidi até à Mauritânia. São caracterizadas por
grandes extensões de areia (a verde no registo) e podem atingir 500 metros de
extensão e de altura.
5.º lugar ‒ Imagem representando o Lago Eyrie no sul da
Austrália.
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