quinta-feira, 26 de julho de 2012


O PROJETO LANDSAT



Projeto norte-americano que consiste no lançamento de satélites civis destinados à observação dos recursos naturais da Terra a partir do espaço (deteção remota). O projeto é simultaneamente coordenado pela NASA e pela USGS (United States Geological Survey).
O primeiro satélite, lançado em 23.07.1972, marcou uma reviravolta nas aplicações espaciais. Com efeito, era inteiramente destinado à observação da Terra, a partir do espaço. Inicialmente, a observação espacial da Terra para fins civis, além do domínio muito particular da meteorologia, tinha sido testada a partir de alguns veículos espaciais em órbitas circunterrestres.
O interesse pelas fotografias espaciais tinha sido claramente estabelecido para numerosas aplicações: cartografia, delimitação dos territórios, classificação dos terrenos e das vegetações, evolução das culturas e das florestas, geologia, hidrologia, oceanografia, etc. Em particular, tinha-se concluído ser bastante interessante a técnica conhecida por “fotografia multibanda”, que consiste em obter simultaneamente uma fotografia da mesma região em diversos comprimentos de onda, sendo escolhido cada um deles para fazer ressaltar determinados elementos presentes.   
Com uma massa da ordem de 1 tonelada, o Landsat 1(L.1) gravitava a cerca de 900 km de altitude, numa órbita quase polar, com 99º de inclinação em relação ao equador e ajustada para ser heliossíncrona, isto é, conservando a mesma orientação em relação à direção Terra-Sol. No decorrer do seu movimento, o Landsat 1 fotografava ao longo da sua trajetória uma faixa de terreno com 185 km de largura, o que lhe permitia fotografar a totalidade da superfície da Terra de 18 em 18 dias.
O L.1 funcionou durante 8anos, apesar de o seu trabalho já estar assegurado pelo L.2, lançado em 22.01.1975. O L. 3 foi lançado em 5.03.1978, o L.4, em 16.07. 1982, o L.5, 1.03.1984 e o L.7, em 15.04.1999. O L.6, lançado em 5.10.1993, falhou a sua órbita. Embora o princípio básico tenha sido sempre o mesmo, ao longo dos anos foi-se tornando mais sofisticado o equipamento transportado e aumentada a sua duração de vida. Atualmente, encontram-se em atividade os L.5 e L.7. A resolução das imagens obtidas é da ordem dos 15 metros em modo pancromático.
Na sequência da grande quantidade de veículos espaciais lançados para o espaço, existe uma grande quantidade de lixo espacial a flutuar no espaço. Estima-se em mais de meio milhão o número de pedaços a orbitar em torno da Terra, o que constitui um sério perigo para as missões operacionais. Os organismos coordenadores mantêm um sistema de vigilância constante para evitar que estes detritos possam colidir com os outros satélites.
Ao longo dos anos, os cientistas que trabalham neste projeto conseguiram registar imagens de grande beleza. Ao comemorar os 40 anos de atividade, decidiram eleger 5 imagens que, em seu entender, podem ser consideradas as melhores. Com os nossos agradecimentos, apresentamo-las em seguida, acompanhadas dum pequeno comentário. 

1.º lugar -  A fotografia mais bela, no entender dos cientistas da NASA, lembra a pintura “A Noite Estrelada”, de Van Gogh. O efeito é provocado pela grande quantidade de fitoplâncton verde, em torno da ilha de Gotland, no Mar Báltico. 





2.º lugar ‒ A imagem mostra o intrincado delta do rio Yukon, no Alaca. Os percursos sinuosos dos braços do rio lembram os vasos sanguíneos em torno dum órgão.




3.º lugar ‒ Imagem caprichosa do rio Mississipi, com as cidades situadas nas proximidades do seu leito e respetivos terrenos.




4.º lugar ‒ Imagem dos movimentos das dunas no deserto do Saara na Argélia, e que se estendem na região Erg Iguidi até à Mauritânia. São caracterizadas por grandes extensões de areia (a verde no registo) e podem atingir 500 metros de extensão e de altura.





5.º lugar ‒ Imagem representando o Lago Eyrie no sul da Austrália.












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